quarta-feira, 7 de abril de 2021

A civilização do plástico

 


Ninguém escapa do plástico, mesmo o mais ferrenho naturalista. Ele está na escova de dentes, na sola do pé (em tênis, sandálias, sapatos), na bandana do Guga, na cozinha inteira, no carro, no avião, nos cosméticos, no capacete do motociclista, nos alimentos, em próteses terapêuticas, na caneta Bic, na embalagem dos sucrilhos que seu filho leva para a escola, em seus CDs preferidos, e até na intimidade da calcinha, das fraldas descartáveis, do sutiã, da cueca e da camisinha… O plástico, nas suas diversas formas (e sob diferentes nomes), tornou-se nos últimos anos uma espécie de faz-tudo, além de confiável indicador de desenvolvimento de um país. Setores como os de utilidades domésticas, telecomunicações, construção civil, brinquedos, calçados, saúde, têxtil, eletroeletrônicos, aviação e automóveis usam cada vez mais o produto para substituir outros materiais, em razão do custo mais baixo e de sua adequação a ambientes e circunstâncias variadas. [...]

No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Plástico (INP), cada veículo utiliza entre 80 e 110 quilos de plástico. No final de década de 80, a média era de apenas 30 quilos. Na agropecuária, o uso do plástico, cresce em toneladas métricas, (nada ainda comparável a países como Israel, Holanda, Japão, Estados Unidos, Inglaterra, Itália e Espanha, que usam de 50 a 100 vezes mais plásticos na agricultura do que o Brasil). Na saúde, o produto permite até mesmo, em caso de urgência, a instalação temporária de órgãos artificiais como pulmão e coração.

 

Célia Chaim. “A era do plástico”. IstoÉ, 19/03/2003.

Obtido em: <https://istoe.com.br/22505_A+ERA+DO+PLASTICO/> Acessado em: 07/04/2021.


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